O buraco é mais embaixo


Tadala — quem nunca? Ok. A pergunta pode parecer exagerada à primeira vista, mas, para 90% dos leitores da assuntasó! no Instagram, a juventude vive a febre da “pílula mágica” que ganhou popularidade na internet com a promessa de revolucionar o desempenho sexual e, de quebra, turbinar a performance na musculação.

Enquanto 40% dos leitores da coluna já tomaram o vasodilatador ao menos uma vez na vida apenas por curiosidade, 29% deles dizem que fariam uso do medicamento motivados pelo desejo de conhecer os efeitos ou mesmo por necessidade; e 71% afirmaram nunca ter precisado desse tipo de ajuda.

A tadala vem sendo tratada como um atalho tentador: um jeitinho prático de resolver disfunções eréteis, uma forma instantânea de apimentar o sexo ou até mesmo uma tentativa instigante de alcançar um desempenho sobre-humano na intimidade, quando tudo pode acontecer entre quatro paredes.

O problema? A tadalafila (nome científico da tadala) pode causar efeitos reversos, como ansiedade, dependência psicológica e aquela sensação de que, sem a ajuda química, nada mais funciona.

A prova está nos consultórios: homens jovens e desesperados, buscando ajuda de urologistas porque já não são capazes de manter uma ereção sem o comprimido milagroso ─ consequência do uso indiscriminado do medicamento.

É sobre esse comportamento, que surge como tendência acompanhada de riscos, a que dediquei a crônica desta semana. Se pararmos para pensar, talvez a verdadeira performance não esteja mais no corpo, mas na cabeça. Espero que a leitura valha o seu tempo.

Até a próxima!

Um abraço,

Will Assunção