Diane Keaton, uma das maiores atrizes que Hollywood já presenciou, nos deixou no dia 11 de outubro, aos 79 anos, legando um vazio imensurável na sétima arte.
Em Annie Hall (1977), filme dirigido por Woody Allen e protagonizado por Keaton — que recebeu o Oscar de melhor atriz —, o amor é retratado com uma ironia terna: é profundo, mas também patético; é romântico, mas vulnerável ao desgaste cotidiano, assim como aquele relacionamento que achávamos que havíamos superado.
Annie, personagem de Keaton, testemunha a transformação do amor em algo solúvel com o passar do tempo e evidencia, entre gravatas e talento refinado, uma estética emocional melancólica e doméstica, criando a síntese perfeita entre o prosaico e o afetivo.
Woody e Diane nos oferecem uma reflexão sobre o amor na modernidade enquanto experiência efêmera, mas revestida de beleza e nostalgia. Escrever a crônica desta semana, depois de revisitar esse clássico que conquistou quatro Oscars, foi como trocar dois dedos de prosa com um amigo muito chegado, enquanto tomávamos uma xícara de café em uma tarde de domingo, desabafando sobre nossos próprios relacionamentos.
Um abraço!
Will Assunção
